quarta-feira, 30 de março de 2011

Conclusões

O que achei de tudo?!

Como disse o brasileiro q nos acompanhou no show: fomos pelo U2 e ganhamos de brinde Santiago.

O clima de que trabalhamos para viver é contagiante.

Os Andes abraçam a cidade e nos sentindo protegidos de certa forma.

O Pacífico amendronta, mas fascina.

Porém, mais uma vez, tudo isso só valeu a pena pela companhia. As pessoas, meus amigos, me levam a viajar esteja em casa ou do outro lado do mundo.

E a esta amiga: muito obrigada, sei q não foi fácil acompanhar uma andarilha de alma.

Sds!

Impressões - 4o dia

O último dia de diversão é sempre o melhor. O céu sempre aparece azul e o sol nos dando bom dia!

Nosso café foi em uma loja de conveniência. A culinária chilena não é das melhores, mas as empanadas servem para um lanchinho.

O sistema de transporte funciona britanicamente. A cidade estava na rua ... observá-la é uma prática antropológica reveladora. Os chilenos não correm ... a voltagem é menor que a nossa (pensando no centro-sul do país) e as coisas acontecem na hora msm assim. Talvez não seja a velocidade. Talvez seja a qualidade. Eles também gostam de esportes, biblioteca, livros, sorvetes, cafés, namorar nos parques, sentar nos gramados ...

O museu de Pablo Neruda cerrou meus lábios. A poesia daquele comunista diplomata toca fundo .. mexe .. incomoda .. belisca. Uma energia estranha, nem boa nem ruim, nos domina ... entramos em outro universo e saímos contaminados por uma leve ironia nerudiana com toques de saliência no andar e no olhar. Pudera, Neruda não tinha só alma de carteiro e poeta ... seus amigos, de igual quilates, alimentavam tal faceta - Vinicius de Moraes e Pablo, desta vez, Picasso. A contaminação era certa!

Partimos para o Pacífico. Nosso objetivo era conhecer o oceano e suas águas geladas. Muito geladas por sinal. No trajeto, o museu com estátuas da Ilha de Páscoa nos provocou - "proximo destino?".

Diante do Pacífico .. bibliotecária e jornalista voaram ... não é um mar para banho .... é para contemplação e isso bastou para nós.


"Em teu abraço eu abraço o que existe
a areia, o tempo, a árvore da chuva
E tudo vive para que eu viva:
sem ir tão longe posso vê-lo todo:
veio em tua vida todo o vivente."
(Pablo Neruda)

Impressões - 3o dia


Este post começa com as sapatilhas ... com elas a andança do 3o dia foi amenizada depois de horas e horas em pé. E começa pelo Palacio de La Moneda pq foi o nosso dia pelo centro histórico de Santiago.

Monumentos, arquiteturas, fé, devoções, folclore, consumo, tradição ... um dia mergulhadas ora na história da América Latina, ora na do Chile, ora em Allende, ora no período pré-colombiano. Minha amiga, formada em história, me deu uma aula agradabilíssima durante o passeio.

Foi o dia de constatarmos também: homens são safados, uns mais, outros menos, mas são ... aqui ou lá, são! Os chilenos não perdem uma oportunidade ... novo, mais velho, polícia ou ladrão ... o negócio é xavecar. Minha amiga, advogada do diabo, dizia q isso acontecia pq eu estava de vestido e pernas de fora ... até ela ser descaradamente cantada por um carabinero ... como digo sempre: homenzinhos mais ou menos.

Foi o dia também de certificarmos: Santiago é a cidade dos cachorros de rua estilosos. Em cada esquina um animal atravessava nosso caminho. Um perro charmoso nos abria a boca.

O sol foi se pondo e descansamos diante da casa de Pablo Neruda. Fomos para pegar o museu e chegamos atrasadas. A brisa daquela tarde olhando "la chascona" foi como o sopro de Neruda nos dizendo - "amanhã espero por vcs".


O fim de noite foi no bar Liguria, recomendado por um amigo mochileiro. A decoração encantou tanto que esquecemos de fotografar. O pisco, bebida tradicionalmente peruana (mas altamente consumida no Chile) embalou a noite ... terminamos "entre dos luces".

Na TV, o Brasil aparecia. O futebol brasileiro estava nos canais ... entendi então pq Marcelinho carioca e Neymar passaram por nós ...


Impressões - 2o dia

Dia do show. O dia de realizar ao lado de uma amiga querida mais um sonho: ver o U2 de perto (não tão perto, mas valeu).

No mesmo andar em que nos hospedamos encontramos um brasileiro perdido. Mesma missão: U2. Fomos juntos para el concierto. No caminho, mais cachorros de raça pelas ruas ... o problema não está em ser de raça, mas eles eram bonitos e a vontade de levar um para a casa foi grande.


Encaramos uma fila tão grande quanto a competência da banda, ou seja, dispensa metragem ... sol, fome, vontade de ir ao banheiro e ansiedade ... sensações q nós três enfrentamos ao lado do Estádio Nacional, local onde o Bono subiria ao palco e local onde o Brasil sagrou-se bicampeão mundial.

Para aliviar, os moradores colocaram seus banheiros à disposição dos fãs ... como são gentis! inda mais custando 200 pesos. Era isso ou isso ... urinar nas ruas ou nas árvores é crime por lá (aqui tb) e dá cadeia (aqui um puxão de orelha do guardinha).

A fome foi largada de lado .. a dor nos pés aliviada com pequenos alongamentos ... já a ansiedade ....

Ao entrar no estádio ... chorar, gritar, rir ou ficar muda ... fiz de tudo um pouco. Bestificada é um adjetivo q se enquadra perfeitamente aqui. O palco do show era uma espécie de inseto, nave espacial e palco, como bem definiu o jornal New York Times e o show?! Bem, não há superlativos para definir o que presenciamos ... inenarrável, definiria, agora, Herbert Vianna. Em inúmeros instantes não conseguia cantar, não conseguia gritar, não conseguia pular ... só ficar parada, em meio à multidão, olhando .. admirando o q estava diante dos meus olhos: a maior banda dos últimos tempos. Carisma, competência, tecnologia, talento .. sei lá o q Bono, Larry, Adam e The Edge têm ... sei apenas q a palavra U2 tornou-se um substantivo para mim depois daquela noite.

Ao final, os três brasileiros retornaram para o hotel, famintos, cansados, com frio, POREM plenos ... a loucura de sair daqui para lá valeu mesmo a pena .. não foi uma loucura, foi uma inspiração.


Durante as duas horas e meia do show senti falta de certas pessoas ... falta de alguns amigos, alguns chavões, q tornariam aquela noite mais inesquecível ainda ... foi por eles tb q estive ali, foi pela minha menina da bicicletinha.


Impressões - 1o dia

Há vida em Guarulhos. Minha primeira constatação ao passar a noite no aeroporto. Um pouco de chopp e umas barras de chocolate da Copenhagen nos ajudaram a aguentar até o embarque. Assim foi o início de nossa viagem ao Chile.

Acordei durante o vôo com o piloto avisando que estávamos passando pelos Andes, pelo Aconcagua. A imagem daquelas montanhas deram uma dica de como seria  a nossa viagem. O mundo é bonito por demais para ficarmos trancados em salas com ar-condicionado por mais tempo que o necessário, pensei isso enquanto admirava a paisagem, q foi interrompida pelo hominho da poltrona ao lado ao mandar - "se eu morrer no vôo ninguém sentirá a minha falta" ... ow dó! ninguém msm?! então o q é essa aliança de noivado no seu dedo?! (pensou minha amiga e eu). Essa frase dele tb foi um bom indício de como seria a nossa viagem em relação a eles - os homenzinhos mais ou menos.


Ah! esqueci de mencionar .. entre saída e chegada, entre Guarulhos e Campo Grande ... o futebol, nossa maior exportação, esteve presente. Marcelinho carioca (ele é msm baixote de tdo) e Neymar (ele tb é baixote, mas o BAITA topete dá certo tamanho) desfilaram pelos aeroportos nos quais dormimos e acordamos. Mais uma pista do que teríamos pela frente.

Continuando ... no aeroporto, os taxistas nos enlouqueceram ... no hotel, certos detalhes nos surpreenderam. Tudo é uma questão de hábito, respeito e limites.

Santiago de primeira me lembrou Madrid, me lembrou São Paulo; de segunda, uma capital menos agitada q essas duas e mais charmosa. Ruas amplas, limpas, povo educado (não babam e nem maltratam), construções antigas, resquícios do último terremoto, poucos negros, alguns amarelos, mamelucos, som latino e dos anos 80 tocando nas rádios, cachorros de raça lá são de rua, mulheres q buscam ter o charme das europeias, consumo elevado (e enjoado) de frango (e de vinho tb), romances nos parques, carabineros por toda Santiago, medo surdo transformado em civilidade (e/ou obediência) como resultado dos anos de ditadura, nacionalismo escancarado ... detalhes que observei.

Os cerros foram ótimos testes para as minhas aulas de power plate e pilates e para as de natação de minha amiga. Eles tb foram cruciais em nos levar para a cama mais cedo no primeiro dia ... depois dos 30 nada é tão fácil assim .... por bem, no Chile, eles bebem muito (e fumam muito tb) e terminar a primeira noite em terras de Neruda com um gole de pisco foi uma massagem revigorante para as pernas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Reflexões

O resfriado ocorre quando o corpo não chora.
A garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

Sds!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Antes do por-do-sol

Há outros mais românticos, sonhadores, sofredores, choradores, mas, verdadeiros, como esse, há poucos:


quarta-feira, 16 de março de 2011

Mulher 1

Não sou fã destas datas comemorativas ... um dia especial para a minoria, como diz uma amiga; um dia especial para judiar nos outros, como diz outra amiga; um dia especial que poderia ser vivido diariamente, como diz mais uma amiga .. enfim, as datas comemorativas tornaram-se, umas, comerciais; outras, hipocrisias; e outras, puro exercício de uma pseudo cidadania ou pseudo caridade.

Sou mulher e feminista (sob controle, prezo pelo equilíbrio SEMPRE, msm q seja difícil atingi-lo), MAS, o que é o tal Dia da Mulher? Compreendo seu contexto histórico, porém ... não é com um dia que iremos ter a famosa equidade de gênero e sei q todos sabem disso, tanto que não continuarei falando falando e falando (ops, melhor, escrevendo escrevendo escrevendo) sobre o assunto desta forma 'bandeirada'.

Mulher se fala é com exemplo. Destaco duas.

Sou meio avessa ao tipo de mulher que vive para malhar o corpo e nada da mente. Talvez seja até birra de uma pseudo (bem pseudo) intelectual ou inveja feminina, sei lá .. só sei que mantenho distância relativa de mulheres assim e sempre soube que um dia esta besteira deveria acabar e por bem acabou!

Os céus conspiraram e fui praticar pilates com uma professora que é absurdamente perfeita de corpo. Perfeita! Para meu desespero .... simpática sem vulgaridade, divertida, meiga e inteligente. O suficiente para mandar meus pré-conceitos embora e me levar ao nocaute.

Como forma de massacrar mais ainda minhas ideias paleolíticas, hoje, a considero uma amiga confiável, que me identifico em vários pontos e ainda, de bandeja, me ajudou a turbinar pernas e adjacentes. Não me recordo de ter pedido  desculpas por esses pensamentos, mas já passou da outra.

Sds!

O tempo

Há tempos não passo por aqui. Desta vez não foi preguiça, mas falta de tempo e também a web não anda boa o suficiente que permita escrever linhas mais desenhadas. Vamos tentar. Estava com saudades da minha rosa.

Tantos pensamentos à solta. Não sei direito por onde começar.

Vamos por um fato de janeiro. Viajei em janeiro. Na viagem um ditado que repito em dezenas às pessoas, caiu direitinho em mim: "Tudo tem seu Tempo".

Somente o tempo consegue dizer como tudo deve ou pelo menos deveria ser. Somente o tempo para iluminar uma situação. Somente o tempo para dizer o que é melhor fazer e quando melhor fazer.

O tempo é a ferramenta mais disponível no mercado e sempre acreditamos que ele está em falta. Não está, está no tempo dele, simplesmente ... é o nosso relógio que dana a correr demais.

Quando pegamos o jeito que o tempo tem tudo fica mais fácil de diluir, entender, não-entender ou esperar .... o tempo é bom neste verbo!

Sds!