quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tendo a lua!

Hoje é o dia da faxina!

http://www.youtube.com/watch?v=EEEb9PnOvhY&NR=1

Tendo a lua - Paralamas do Sucesso
(Composição: Herbert Vianna e Tet Tillett)

Eu hoje joguei tanta coisa fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografias gente que foi embora.
A casa fica bem melhor assim
O céu de ícaro tem mais poesia que o de galileu
E lendo teus bilhetes, eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante e sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua
Merecia a visita não de militares,
Mas de bailarinos
E de você e eu.

Clube da Luluzinha II

O txt anterior foi o prefácio desse.

Após este delicioso encontro com amigas. Parti para outro, com mais outras amigas. Resultado: eram quase três horas da manhã quando consegui abrir a porta de casa, antes, claro, tive que solicitar ao guardinha para abrir a porta do bloco. A vergonha de entrar neste horário em plena terça-feira valeu pela qualidade do papo e dos risos daquela noite.

A espécia masculina foi o centro do bate papo nas duas rodas de conversa. Impressionante! Mas os homens não saem de nossos diálogos, mesmo ausentes, são presentes. Certeza que agora algum engraçadinho que esteja me lendo vai dizer - "claro, vocês não vivem sem nós". Sim, é certo e mais, é recíproco (isso é melhor). A diferença está em como nós vivemos com vocês ...

Depois de tantas teorias, teses e dissertações esticada em minha cama box, com mais almofoda do que espaço para dormir, consegui definir três espécies masculinas. Adaptei termos adotados pelas amigas de plantão e assim conclui:

1a espécie - homenzinho mais ou menos: 100% Peter Pan na Terra do Nunca. O cara não quer deixar de voar, brigar com o Capitão Gancho e fazer traquinagem. Espécie encontrada vastamente mundo afora e de fácil proliferação, assim como, de fácil identificação, principalmente, após um bom tropeço com um. Mas não se engane, o fato de morar com os pais, ser jovem, jogar videogame não o qualifica como homenzinho mais ou menos. O negócio é mais embaixo.

Entretanto, resumidamente, homenzinho mais ou menos é aquele cara que vc olha, conversa e pensa que está com seus 15 anos em uma discoteca, tomando cuba libre, falando de A-ha. Lembra desta cena? Ou algo semelhante? Então, quando tropeçar com um rapaz que a leve a esta viagem no tempo. CUIDADO! É um homenzinho mais ou menos disposto a ter colocar na agenda dele.

Outro cuidado! Não vamos subestimar sua inteligência. Homenzinho mais ou menos, ADORA, bancar o 'vem cá minha nega'. Pior que a gente cai. Dias depois nos descobrimos Sininho voando pela Terra do Nunca. Olhos abertos! Todo aquele diz - "eu não sou assim... " .. é assim! (certeza!)

2a espécie - hominho. 50% Peter Pan. A porcentagem varia conforme a ocasião. É aquele tipo de homem que dá 3 passos adiante e 1 para trás. O homenzinho mais ou menos dá 1 para frente e 10 para trás. Sacou a diferença? Como o hominho só dá um passo atrás, ele está dentro da margem de erro. O cara precisa somente ser adestrado. Sim adestrado! Nada de capacitado, treinado .. é adestrado. Não vamos esquecer: somos animais (racionais), mas, acima de tudo, animais.

3a espécie - vem cá minha nega! É o cara pronto! Nada de calça de tergal, nada de palavras indefinidas, nada de não sei quem sou, para onde vou, com quem quero ficar. Nada, nada, nada disso! É homem!

Vem cá minha nega que vou te levar para jantar hoje. Vem cá minha nega que vou trocar o chuveiro para vc (ele identifica isso antes de vc). Vem cá minha nega que hoje o seu cheiro está me deixando louco. Vem cá minha nega que o dia foi cansativo e preciso do seu colo. Vem cá minha nega que hoje vc precisa do meu colo. Vem cá minha nega desculpa pelos meus pais, mas os seus também não são fáceis.

Agora, depois de tais definições, estou no vácuo. Não sei ao certo o que fazer com elas. Costumo dizer que sei o que não quero para mim, mas o que quero estou sempre em busca e o 'vem cá minha nega' é de deixar sem fala até uma mulher 'controladora' como eu.

Sds!

Clube da Luluzinha

Primeiro publico aqui um texto de uma amiga a respeito do que aconteceu ontem:

"Nada com um encontro com as amigas para falar todas as besteiras que as mulheres gostam de falar, tomar uma cerveja e relaxar! Tudo no melhor estilo Sex and the City. Esse companheirismo faz bem a alma, dá vida a vida, nos ajuda a entender tantos poréns do caminho. E dá pra ver também como somos complexas nessa essência, ao mesmo tempo tão doce e tão apimentada, por diversas vezes amarga e azeda. Mas é isso o que somos, um misto de sentimentos, de sensações, de desejos, de poesia, de palavrão … meninas, como a gente fala palavrão!

Três balzaquianas em um papo com cerveja, falando sobre filhos, casamentos desfeitos, casamentos em crise, traições (deles, claro), só podia mesmo sair isso, muito palavrão, tapa na mesa e batata frita pra acompanhar a revolta.

No mesmo instante em que se desabafa uma tristeza, se alimenta de uma gargalhada sem noção! “Ihhh acho que o moço do lado ouviu o que eu disse …” Tudo bem, aqui pode, pode tudo, é clube da Luluzinha no duro … não adianta criticar, não adianta nem querer chegar … Vou mandar fazer uma placa !!! “Estamos em terapia, não se aproxime” … e de repente, é uma pena, acabou … vamos marcar outras vezes, com certeza … Porque eu simplesmente AMOOOO TUDO ISSO !!!"

por Vivianne Nunes (http://vivinunes.wordpress.com)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Mais um pouco das muletas

A vida não se cansa de me dar uma surra.

Acabo de chegar de uma sessão especial de cinema. O filme - Tropa de Elite 2. Especial - a companhia de duas mocinhas. Uma usando muletas e outra, cadeira de rodas.

Entre 18 e 19 anos elas passeavam pelo shopping com a alegria e os medos característicos de sua idade. Uma reclamando da falta de cabelos, a outra da muleta cor-de-rosa. Uma charmosa usando um vestido preto, recém-comprado, a outra, reclamando pq estava de blusa rosa também (assim como sua muleta). Uma querendo ouvir sertanejo e a outra, filosofando com MPB.

Diferentes e tão semelhantes.

Capazes de discutir, com delicadeza e respeito, religião. Cada uma apresentando o ponto de vista de sua crença a respeito da morte e admitindo que a fé, à maneira de cada uma, é conforto certo nos momentos de dor.

Capazes de opinar tão diferentemente sobre música, mas concluindo que tudo é música popular brasileira e que cada região tem sua forma de expressão musical.

Capazes de olhar para o mesmo rapaz e apreciar qualidades distintas e no fim concluir que 'ficariam na boa com ele', seja por motivo A ou B.

Capazes de demonstrar carinho em atitudes completamente diferentes, mas que no fim dizem - "obrigada".

Capazes de expressar suas histórias de vida, seus traumas e pensar que talvez sua doença tenha alguma relação com isso tudo.

O olhar não muda e a forma como riem também não. Já tive 18 anos.

Por vários e vários e vários instantes senti vergonha da pessoa e dos sentimentos que tenho. Isso pq sou rotulada de uma mulher evoluída etc e tal. Imagine se não fosse!!!

Compreensão, aceitação, respeito, espiritualidade, cordialidade, coragem ... vi tudo isso nesta noite.

Elas usavam muletas nos braços e nas pernas, mas não as carregavam nos corações.

São livres ... querem ser livres ... e lutam por isso.

Cheguei em casa e me enviam um SMS agradecendo pela noite, pelo filme, pelo passeio ... Elas não imaginam que eu, pela milésima vez, que devo agradecer. E pela milésima vez vou adormecer chorando por tudo que vivi ao lado delas.

Sds!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Muletas


A garotinha que comentei alguns posts abaixo. A amiga que fui desleal, pois é, ela começou a usar muletas. Consequência de uma inconsequência médica. Efeitos de uma quimioterapia mal acompanhada (parece que previa isso naquele post).

Isso a incomoda demais. Sei que irá incomodá-la por um bom tempo. Qual jovem aceita usar muletas? Ela menos ainda. Menos ainda se tiver que usar cadeira de rodas. Oxalá, isso não acontecerá.

A metáfora das muletas é riquíssima em detalhes. Algumas pessoas não têm outra opção a não ser usar uma muleta para se locomover. Sem a muleta, elas não seriam capazes de se deslocar. Precisam usar uma muleta ou um par de muletas o tempo todo por serem portadoras de alguma deficiência.

Muletas aceitáveis.

Mas na vida encontramos com tantas pessoas que abrem mão do uso de muletas espirituais e emocionais. Pessoas agarradas a muletas, como medos, raivas, solidão, ansiedade, tristeza, sentimentos de culpa e assim vai. Precisam desses sentimentos para manter-se em pé e os alimentam diariamente.

O que me impressiona é que na maioria das vezes esses sentimentos estão ligados a uma determinada pessoa, ou seja, transformamos o outro em nossa muleta. Necessitamos dele ao nosso lado mais do que do ar para nos manter em pé. E isso é correto? Não nascemos sozinhos por acaso ...

Minha garotinha usará muletas por 8 meses, caso seus ossos se regenerem ela voltará a andar sozinha; do contrário, passará por cirurgia para recomposição dos ossos. Sabe o que ela me diz desde então: "não quero depender de ninguém para viver".

Ela precisa de muleta, as usa, mas está disposta a lutar para viver sem elas.

E nós que não precisamos de muletas e as usamos por receio de encarar nosso rosto no espelho? Sem muletas cairemos sim (isso é certo), mas com o tempo ficaremos em pé ... joelhos roxos são curados com o tempo e um bom remédio e as cicatrizes nos fazem lembrar da batalha que foi cair e levantar. Já fizemos isso ao aprender a andar ... é uma questão de prática.

Mais uma vez, minha paraguaia me deu um golpe de mestre.

Sds!

Onde ir!

Acordei cantarolando esta música hj ... há algo de subliminar nisso?

http://www.youtube.com/watch?v=25cH3_P72d0

Onde Ir (Vanessa da Mata)


Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei porque moro ali
Eu não sei porque estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá pra cá
Andando por ali
Por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem

Cada um sabe dos gostos que tem
Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

Sds!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Falta de palavra

Cresci com meu pai repetindo - "palavra dada é palavra empenhada", além do famoso - "trato é trato". Isso já me custou muito suor e lágrima, mas busco ao máximo cumprir e manter o q digo, prometo ou proponho, exceto em ocasiões extremas.

Vivi uma recentemente e tive q quebrar um trato feito com uma amiguinha. Além de quebrar tive q engolir a seco ela m dizer - "parceiro é parceiro, fdp é fdp, vc sempre me falou isso". Um tremendo tapa na cara.

A ocasião era extrema sim. Comentei aqui da perda de mais um garotinho da AACC e do outro que desceu o elevador perdido com a volta da doença. Pois bem, prometi a esta amiguinha que a manteria informada a respeito da evolução de cada amigo seu da AACC. Contrariando as recomendações mantive minha palavra até esta última perda.

Não escondi dela a morte do nosso amigo, deixei nas entrelinhas de um SMS, mas omiti o retorno da leucemia do outro garotinho. Quebrei o nosso trato.

Fiz isso pq ela não está bem psicologicamente. Tivemos perdas terríveis este ano e ela sentiu demais, com sérios riscos de ter sua leucemia acordada. Por conta deste risco não fui leal. Por medo de perdê-la, de vê-la sofrendo novamente e perdendo, aos poucos, o sorriso largo que enche a casa de apoio quando ela lá está.

Esta amiguinha e o meu companheirinho de cinema (q já se foi) sempre foram mais que meus pequenos, foram e são como filhos, e como mãe, a protegi. Mas, a magooei por isso, abalei a confiança, absurda, que ela tinha em mim.

Sei que uma hora ela irá me desculpar, porém talvez não confie mais em mim como antes. Eu não confiaria se estivesse no lugar dela, pq para mim lealidade é um princípio valiosíssimo.

Ser leal é mais importante que tentar proteger quem amamos? Estou chegando a conclusão que sim, em alguns casos. Neste, em especial, pq a doença dela pode retornar e ela precisará de mim ao teu lado, quero estar ao lado dela, mas se não confiar mais em mim não permitirá q segure suas mãos qdo for preciso.

A paraguaia sempre me ensina muitas coisas, esta foi mais uma.

Sds!

sábado, 16 de outubro de 2010

Amor de pai e irmão

Quando falei da perda do meu companheirinho de viagem, comentei q logo após ela, o seu amigo de quarto me pediu para ajudá-lo no seu processo de transplante. E assim eu fiz. Infelizmente, este menininho tb se foi. Felizmente, aprendi a lidar com a perda dos meus pequenos, elas doem demais, mas não ferem. Etapas de uma terapia bem feita.

Ontem quando estava ao lado de seus pais duas cenas me levaram ao choro: o irmão mais velho recebendo a notícia e a fala de um pai que acaba de perder um filho.

O irmão mais velho do meu garotinho desabou diante de todos. Um rapaz de 21, enorme de tamanho, mas menino de coração. Ele não suportou perder o irmão caçula e se culpada por não ter estado com ele na última semana. Há muito tempo não via tanto amor de irmão estampado assim... foi algo tão forte, q a mãe (q até então era consolada por todos) esqueceu sua dor e foi consolar o filho mais velho. Me retirei daquela sala pq não aguentei a dimensão daquela dor. Um amor de irmão do tamanho daquele hospital.

Quando saí o pai estava no corredor. Conversamos um pouco e o médico que cuidou de seu filho apareceu. Neste momento, o pai pediu desculpas ao médico pelos momentos em que seu filho com leucemia foi estúpido com o 'doutor'. Não me contive e desabei ali mesmo.

Este garotinho sofreu tanto qto os outros com a leucemia .. eram agulhas, dores, tubos e mais tubos desde fevereiro quando a doença foi descoberta e encarar este momento não é fácil para um rapaz de 15 anos. Engolir a dor não tem como! Nem com morfina, pq esta não surtia mais efeito naquele corpo frágil. E aí o q acontece? O pai pede desculpas pela 'falta de educação' do filho? Não foi falta de educação, foi desabafo de quem sofre, de quem sente dor. O pai sabe disso e o médico tb, mas msm assim ele se desculpou e sabe pq?! Nao queria q o médico acreditasse q seu filho era um rapaz estúpido .. queria preservar a memória do filho. Q amor de pai!

Por fim, a última surpresa.
Outro garotinho, de 14a, naquele msm dia e instante, saiu do hospital com a notícia de q seu câncer havia retornado após 1 ano e meio adormecido. Os olhos verdes daquele mocinho desceram o elevador perdidos em algum pensamento (ou vários). Ele me abraçou, choramos juntos e senti q ali começava mais uma missão pra mim ...

Como disse, não estou ali para acompanhar os pequenos até a vida, mas sim estar com eles até o fim. Não gostaria q fosse assim, mas assim é.

Sds!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Síndrome de Peter Pan

Quem não conhece a história de Peter Pan? E quem já não ouviu falar da sua síndrome?

Pois é, lá atrás a mulherada rasgou o sutiã e hoje temos que conviver cercada por homens com sinais, evidentes, da Síndrome de Peter Pan. Eles, simplesmente, não crescem, se negam a crescer, a olhar o mundo com mais maturidade.

Muitos preferem voar na Terra do Nunca acompanhados de uma graciosa Sininho (que nunca os deixa crescer). Alguns se arriscam a sair do Nunca acompanhados da Wendy, mas o medo de crescer e virar 'hominho' é maior que a vontade de ser livre e trilhar seu próprio caminho. E alguns ainda ficam no Nunca (com ou sem Sininho), mas acompanhados de amigos tão "Peters Pan" quanto eles, ou seja, não crescem nunca MESMO e passam a vida se divertindo na Terra do Nunca.

Ando pensando muito sobre isso ... a porcentagem de Peter Pan ao meu redor se multiplica geometricamente.

Entre tantos pensamentos uma conclusão é certa: são há Peter Pan é pq há Sininho. Há uma Sininho em cada mulher e se não cuidarmos ela se agiganta dentro de nós e seguramos o pequeno Peter lá na Terra do Nunca, achando que voar e ser menino é a coisa mais perfeita do mundo .. um mundo onde há alegrias sim, mas também há tristezas, perdas e ganhos.

Como alimentei o pequeno Peter existente em cada homem que passou, até agora, em minha vida! Pai, irmãos, namorados, amigos ... alimentei um a um, cultivei neles o desejo de que crescer dá trabalho e ser criança dá o mesmo resultado que ser adulto, mas sem tanto sacrifício.

Ao fazer isso dei um tremendo tiro no pé, pq como posso reclamar dos atuais 'homenzinhos mais ou menos' que esbarram comigo se eu já alimentei alguns que estão à solta por aí?!

O q fazer? Uma amiga mais velha me disse que toda mulher é sábia por natureza só precisamos usar isso com eficiência. Estou praticando. A primeira cobaia foi meu pai. Por bem, ele sentiu a puxada, mas não reclamou, disse que continuo delicada.

Já dizia Che Guevara: "Hay que endurecer-se pero sin perder la ternura jamas!"

Vamos ver como me saio.

Sds!