terça-feira, 17 de agosto de 2010

Onde nasce o amor?

Presenciei duas histórias que seguiam paralelas até que um dia ...

Primeira história: um pequeno com 8 meses e corpinho de recém-nascido seria rifado para adoção. Sua anemia falciforme, um leve distúrbio mental e um coração frágil transformaram este garotinho em um estorvo para o pai. Com o tempo e a pressão, a mãe não suportou e o menino foi mesmo 'dado' pela família. Se os pais estavam certos ou errados?! O tempo dirá. Não escrevo sobre uma história de julgamento, mas de resgate.

Segunda história: uma mulher madura, radialista, casada com dois filhos adolescentes, um marido presente e planos, muitos planos em mente. Entre esses planos estava ser voluntária na AACC. No primeiro dia, tudo bem .. mas no segundo ..

Uma única história: no segundo, ela se encontrou com esse menininho e foi o SENHOR encontro. Forte o suficiente para adotá-lo.

Acompanhei a história ora de perto, ora calada. Visitava o pequeno com regularidade e quando soube que sua vida estava em xeque pensei em adotá-lo, fui até incentivada por alguns, MAS senti que ele não era meu, não era o meu momento de ser mãe, mas de outra pessoa. Por bem, ando obedecendo meu instinto.

E o momento chegou e uma nova família foi reconstruída. Após a doação, encontrei pai, mãe e filho no elevador. Fiquei quietinha no canto observando o amor que um tinha pelo outro. Foi emocionante!

Porém, mal sabia eu que mais emocionante ainda seria o nosso segundo encontro e ele aconteceu!

O amor não curou as enfermidades do nosso pequenino, agora com um ano (e ainda corpinho de recém-nascido), mas curou seu coração. Ele sorri de uma forma que nunca o vi em outras épocas. Olha para sua mãe com uma admiração absurda e tem uma devoção comovente pelo pai. Tive a honra de poder estar perto desta família e eles transbordavam amor. O amor nasceu no coração deles e isso transformou a vida de cada um ali.

Voltei para a casa, naquele dia, com o coração em júbilo. É magnífico sentir o amor tão perto de nós.

Mas, sabe, a mãe me contou que convive com tanto preconceito, tantas pessoas dizendo que eles jamais deveriam ter adotado uma criança doente, pessoas até da família e ela não entendia o pq, contudo, procurava compreendê-los, afinal um dia ela já pensou assim, como qualquer um de nós pensaria (verdade absoluta!), até que seu caminho cruzou com o do pequeno Emanuel.

Quem dera em nosso caminho alguns 'emanuéis' aparecessem para nos mudar o rumo e trazer vida nova. O pior é que eles aparecem, mas nem sempre damos conta disso!

Sds!

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